Resumo
A presente investigação, realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de Música da ESML, sob orientação do Professor Doutor Tiago Neto, tem por objetivo principal refletir sobre a problemática do processo ensino-aprendizagem do violino a crianças cegas. Destinada sobretudo a professores interessados em desenvolver esta atividade musical com este grupo de crianças, procura-se, nomeadamente, contribuir com um conjunto de linhas orientadoras em termos metodológicos, passíveis de melhorar todo o processo pedagógico que envolve este tipo específico de ensino e sobre o qual existe apenas informação dispersa e pouco sistematizada. A escassa produção científica encontrada sobre o tema, despoletou o levantar de questões para investigar as especificidades deste processo pedagógico. Esperamos que a investigação realizada ao longo deste trabalho possa, de alguma forma, contribuir para ajudar os professores de instrumento a ultrapassar as dificuldades e os obstáculos inerentes ao processo ensino-aprendizagem do violino a este grupo educacional, tornando menos árduo o seu trabalho na obtenção dos objetivos pedagógicos delineados.
Palavras-Chave: Ensino Especial, ensino de Música, violino, musicografia braille, cegos.
Abstract
The present research, carried out during the academic year 2013-2014 as part of the Master in Music Education at ESML, under the supervision of Professor Tiago Neto, aims, as its main objective, to reflect upon problems related to the teaching/learning of the violin by blind children. Aimed mainly at teachers interested in developing this musical activity with this group of children, it seeks, in particular, to contribute with a set of guidelines in methodological terms, capable of improving the entire pedagogical process that involves this specific type of teaching and about which there is only scattered and unsystematized information. The lack of scientific production found on the subject triggered the raising of questions to investigate the specifics of this pedagogical process. We hope that the research conducted throughout this work can somehow contribute to help instrument teachers to overcome the difficulties and obstacles inherent in the violin teaching-learning process for this educational group, making their work less arduous in achieving the pedagogical objectives outlined.
Keywords: Specialized Teaching, Music teaching, violin, braille musicography, the blind.
Introdução
De acordo com Martins (2012, p.3), “uma das primeiras ilações que o contato com as pessoas cegas oferece é a constatação do quão pouco impeditiva a cegueira pode ser na realização das mais diversas atividades”.
Quando, há 25 anos, através de uma colaboração com a Associação de Cegos Louis Braille na elaboração de novos métodos de Educação Musical destinados ao ensino de crianças cegas, uma das ilações que pudemos retirar foi, de facto, a não existência de correlação entre as dificuldades encontradas pelos deficientes visuais na prossecução dos seus estudos de teor musical e instrumental e as limitações impostas pela sua deficiência.
Tais entraves deverão ser procurados, em nossa opinião, a outros níveis, como por exemplo, na escassez de trabalhos científicos, na insuficiência de metodologias de ensino adequadas e na falta de recursos didáticos essenciais que suportam todo o processo pedagógico que envolve este tipo específico de ensino.
A crença de que o indivíduo cego só pode usufruir da música através de atividades terapêuticas ou reabilitacionais é outro motivo que suscita apreensão. A maioria dos livros e das pesquisas sobre música e deficiência, englobam apenas a área da musicoterapia, sendo raros aqueles que abordam o campo da educação musical.
Assim, mais uma vez se depreende que, muito do sucesso do ensino-aprendizagem das crianças e jovens cegos, para além da importância do grau de conhecimento que o professor/educador deverá ter do seu aluno, está também muito relacionado com a disponibilização eficiente e atempada de procedimentos e recursos especializados.
É nossa convicção que, conceber a inserção de pessoas portadoras de deficiência visual no campo das artes, à luz das novas conquistas inerentes à Educação Inclusiva, torna-se, pois, uma questão tão necessária quanto urgente.
Música e Musicoterapia
O paradigma da inclusão dos portadores de deficiência na educação musical e ensino do instrumento em Portugal, é pouco ou nada discutido, visto que, as ações inclusivas em relação a essas pessoas, são direcionadas somente para a educação básica e não para cursos específicos.
Além disso, a educação musical especial é considerada muitas vezes uma área da musicoterapia, onde a música é utilizada para a reabilitação física e mental de alunos portadores de deficiência, o que potencia a falta de investigação/produção científica sobre o ensino instrumental a este grupo educacional, sendo por isso, ainda muitos (inclusive professores de música) aqueles que acreditam que a música para as crianças cegas só tem utilidade e função como terapia ocupacional ou reabilitação (Fernandes, 1999). Torna-se assim complicado o desenvolvimento de metodologias eficazes no que se refere à educação musical dos alunos cegos, ou à sua inclusão nos cursos de música.
Sendo conhecida a importância da música para o desenvolvimento integral do ser humano, entendemos que, dentro de um processo pedagógico musical, a aquisição de conhecimentos e habilidades específicas é o objetivo central, enquanto na musicoterapia, mesmo existindo uma aprendizagem musical ou instrumental, o eixo central é a saúde, a recuperação de algum défice físico, mental ou psicológico do indivíduo, tornando assim muito diferentes os objetivos pedagógicos musicais dos objetivos reabilitacionais.
Um desafio pedagógico
Nas últimas três décadas registaram-se avanços extraordinários no conhecimento de como se pode ajudar este tipo de crianças a aprender e a desenvolver as suas capacidades. Segundo Carvalho (citado por Louro, 2003), um professor deverá apropriar-se de duas características básicas para conseguir lidar de uma forma eficaz com o aluno portador de deficiência: conhecimento sobre o assunto e uma atitude positiva. É fundamental saber que, consoante cada deficiência existem diferenças na capacidade de aprendizagem e na assimilação da função física dos alunos e que poderá existir a necessidade de um direcionamento mais específico ou de adaptações relacionadas com a educação musical dessas pessoas.
O facto de no campo da educação especial estar disponível uma vasta literatura, pode obrigar a um grande dispêndio de tempo quando se procuram dados relativos a uma necessidade específica, devendo o professor estar preparado para investigar e refletir sobre todas as informações, nunca esquecendo que “apesar de cada problemática apresentar um determinado conjunto de características que a definem, a manifestação dessas características varia consideravelmente de indivíduo para indivíduo” (Nielsen, 1997/1999, p.12).
Segundo Louro (2012, p. 43), “não existe, no campo da realidade, um guia de procedimentos padronizados para se lidar com desafios pedagógicos”. No entanto, existem alternativas e diretrizes que, segundo a mesma autora, são facilitadoras de uma boa qualidade musical inclusiva, a saber:
- Quebra de barreiras atitudinais
- Conhecimento mais profundo das deficiências
- Conhecimento pormenorizado do aluno
- Intercâmbio de informações
- Definição clara e realista das metas pedagógicas musicais
- Estratégias diferenciadas para as aulas e avaliações
A Musicografia Braille
Em 1829, Louis Braille, baseado no seu método de escrita, realizou a primeira musicografia, onde propunha, para além do alfabeto, um sistema de carateres musicais baseado no seu sistema de seis pontos. Ao contrário do alfabeto, que tem permanecido estável até aos dias de hoje, Louis Braille foi constantemente modificando e aperfeiçoando o seu código musicográfico, desenvolvendo a notação básica do código atual.
O ensino da Musicografia Braille é imprescindível para que o aluno cego adquira uma formação musical de qualidade. Considerado como um fator de independência na assimilação do repertório de obras musicais, torna-se assim num elemento imprescindível para o seu processo de inclusão em escolas de música regulares.“A alfabetização musical permite aos cegos que venham atuar como profissionais capacitados, podendo exercer atividades pedagógicas e trabalhar como instrumentistas” (Bonilha e Carrasco, 2007, p.5).
Quadro 22 - Símbolos básicos da Musicografia Braille
Fonte: Manual Internacional de Musicografia Braille
Um dos aspetos que gostaríamos de realçar, é o que diz respeito às diferentes especificidades da Musicografia Braille em relação à de tinta, que não são ocasionadas pelas limitações dos seis pontos do Sistema Braille, mas sim pelas particularidades da leitura pelo tato, que não permite ler vários carateres em simultâneo.
Hoje, a escassez de obras transcritas e o desconhecimento da Musicografia Braille por parte dos docentes, faz com que estes, muitas vezes, se recusem a aceitar estudantes cegos nas suas classes, por julgarem impossível ensinar-lhes o conteúdo das partituras, tornando mais difícil a inclusão destes alunos nas escolas de música.
O ensino da Musicografia Braille é uma temática recente no campo da pesquisa, tornando-se fundamental uma maior produção de partituras em Braille bem como um aperfeiçoamento dos softwares e métodos utilizados para esse fim, contribuindo para o aparecimento de novas investigações e novos conhecimentos.
Envolvimento Familiar
Para que o aluno tenha um pleno sucesso educativo, a família tem de ser obrigatoriamente envolvida no processo de educação/inclusão. A abertura de portas de comunicação com os pais assume uma importância vital em todo o processo. Existe também uma tendência destes para adotarem atitudes e mecanismos de defesa, tais como rejeição, negação ou super proteção do seu filho, que não favorecem o aparecimento de oportunidades para resolver problemas, debilitam o seu desenvolvimento social e emocional e impedem a sua independência (Louro, 2012; Nielsen, 1999; Rief e Heimburge, 2000).
“Os pais e os professores precisam de desenvolver a consciência individual da criança, enfatizando as qualidades, os pontos fortes e os talentos que a tornam única” (Nielsen, 1999, p.30).
Constata-se que o grande fator motivacional reside na qualidade da formação que a família oferece à criança cega, possibilitando o desenvolvimento de todas as suas capacidades e potencionalidades.
Estilos de aprendizagem
Os estilos de aprendizagem afetam a nossa forma de pensar, a maneira como nos comportamos, assim como a nossa forma de processar informação. De forma a aumentar a eficácia do seu trabalho que desenvolve com alunos portadores de deficiência, o professor deverá, em primeiro lugar, definir o seu próprio estilo de aprendizagem (único ou misto) baseando-se nos seus pontos fortes, pontos fracos, capacidades e preferências.
O processo de aprendizagem dos alunos cegos deverá assentar em Modalidades Auditiva e Tátil-Cinestésica, podendo ser facilitado e otimizado com base em: instruções verbais, gravações audio, jogos verbais, atividades que impliquem fazer e tocar, apresentações verbais e musicais, reforço da informação com recurso a melodias e ritmo, disponibilização de vários objetos para manipular e tocar, etc.
Tecnologia Assistiva
Durante o processo pedagógico de ensino do instrumento ao aluno cego, haverá sempre necessidade de adaptações, não só do material utilizado na aula, como dos métodos utilizados. Os estudantes cegos têm uma necessidade constante de acesso à literatura e às tecnologias assistivas nas diversas áreas do conhecimento. O desconhecimento destas tecnologias por parte de alguns professores tem sido um problema para estes alunos. Por tal facto, o professor deverá estar capacitado e conhecer os meios tecnológicos que ajudam nas mais diversas estratégias e saber trabalhar com eles.
Recursos tecnológicos para alunos cegos
Cada atitude na sala de aula e cada estratégia adotada para fomentar o envolvimento e a participação dos alunos poderá ser organizada e articulada com outros dispositivos, para que as tarefas, os recursos e alternativas à disposição, consigam de um modo eficaz atingir todos os objetivos educacionais.
Software
- NVDA: Leitor de ecrã
- Dosvox: Software que permite às pessoas cegas utilizarem um computador comum.
- Braille Fácil: Programa que possibilita transcrever automaticamente documentos em texto para Braille.
- JAWS: Software que permite trabalhar sem qualquer problema no computador e com total acessibilidade às aplicações da Internet.
Software Musical
- Escrita direta em Braille - nestes programas, o transcritor escreve os códigos de musicografia usando um teclado convencional ou um teclado Midi.
- Escrita num teclado Midi - aqui o utilizador pode tocar em tempo real num teclado musical e o conteúdo musical é automaticamente transcrito.
- Transcrição automática de formatos musicais digitais (MIDI e MusicXML) - Os arquivos gerados são transcritos para Musicografia Braille automaticamente.
- Transcrição automática de partituras em tinta para Braille (OMR) - nestes programas, o utilizador utiliza um scanner que captura a imagem de uma partitura.
Software de produção e edição audio
- CakeTalking e Cakewalk Sonar: sequenciador digital muito utilizado em ambiente escolar pelos estudantes normovisuais para transformar o computador num estúdio de gravação.
- Sybelius e SybSpeaking: software de notação musical cuja acessibilidade aos alunos cegos é feita por meio de scripts também para o JAWS.
Tecnologia escolar
No contexto escolar é preciso definir que, apesar de alguma evolução tecnológica das escolas, os alunos de música cegos devem estar preparados para que o software musical usado pela escola e pelos seus colegas de classe pode não ser acessível. Esta não é uma questão de falta de preparação da escola ou de não cumprimento de legislação sobre deficiência, mas pelo simples facto de que muitas soluções ainda não foram encontradas para permitir aos alunos deficientes visuais o acesso à maior parte do software de música usada no ensino regular.
A primeira aula de violino
Como refere Nielsen (1999, p. 57), “acima de tudo, o professor deve proporcionar ao aluno com deficiência visual um ambiente confortável e seguro e deve promover um relacionamento positivo entre este e os companheiros”.
Na primeira da aula será necessário algum apoio em termos de orientação e mobilidade, para que o aluno cego consiga construir o mapa cognitivo do espaço que o rodeia e a deslocar-se nesse espaço. É importante ter presente que as mãos são os olhos do cego. Assim, o aluno deverá percorrer todo o espaço físico onde decorrerá a aula, tocando em tudo (móveis, instrumentos, estantes, cadeiras) e em todos os que estiverem na sala (professor e colegas), devendo o professor descrever verbalmente o que se tornar necessário. Logo que possível, deverá facultar o violino ao aluno, para que este, através do seu sistema háptico, possa sentir as formas e a textura do instrumento.
O professor deverá valorizar o comportamento exploratório, a estimulação dos sentidos remanescentes, a iniciativa e a participação ativa. As atividades visuais devem ser adaptadas com antecedência, e as outras por meio de descrição, informação tátil, auditiva, olfativa e qualquer outra referência que permita compreender a organização do cenário ou do ambiente, destacando-se a fala e os recursos não visuais, como dois dos principais mediadores para a elaboração do conhecimento e compreensão da realidade (Sá, 2011).
É muito importante que o professor tenha consciência de que “os problemas visuais não estão associados a quaisquer incapacidades intelectuais. A inteligência de um indivíduo não está relacionada com a sua capacidade ou incapacidade para ver” (Nielsen, 1999, p. 55).
Sabendo que as necessidades básicas de um aluno cego são as mesmas que as de um aluno normovisual, torna-se também importante que o professor consiga perceber, o mais cedo possível, qual a estratégia mais funcional para poder adaptar os materiais de estudo.
Sublinha-se a necessidade e a importância de o professor registrar as suas experiências, pois estas são essenciais para o enriquecimento de todos os docentes. Ao tratar todas as questões com naturalidade e respeito, sem assumir uma atitude dramática, adequando a linguagem de acordo com a idade, o professor conseguirá transmitir com sucesso ao seu aluno cego, conceitos e competências que visam o seu desenvolvimento musical e humano. É preciso saber ser aprendiz e professor em todo este processo.
Considerações Finais
Todas as etapas deste processo de investigação revelaram-se uma importante fonte de aprendizagem para o seu autor. Mais que oferecer um conjunto de orientações de como ensinar o aluno cego, o presente trabalho teve como objetivo apontar caminhos que permitam ao professor consolidar o ensino de todos os seus alunos e, ao mesmo tempo, perceber as necessidades específicas por eles manifestadas.
Portugal, por meio de algumas políticas implantadas, tem obtido alguns resultados encorajadores; todavia, educadores e outros profissionais que trabalham com alunos portadores de deficiência visual, ainda encontram grandes dificuldades perante uma realidade adversa que impede o sucesso pedagógico dos seus alunos. Foram lidas algumas publicações que contemplam as relações entre a música e a deficiência visual na tentativa de uma melhor e mais profunda compreensão sobre as ligações existentes entre ambas e os fatores que interligam essas relações.
Pudemos constatar o papel importante que o Sistema Braille desempenha na vida da pessoa cega, proporcionando a comunicação em vários campos de conhecimento: música, química, física, matemática, literatura, etc..
A adaptação deste sistema com a simbologia musical, foi utilizada de forma brilhante através da musicografia Braille, tendo aqui sido descritas algumas especificidades dos mecanismos da leitura e escrita musical em Braille, como fundamentação do pressuposto segundo o qual a aprendizagem desta notação exige estratégias diferenciadas em relação à aprendizagem da linguagem musical em tinta. Neste contexto, pudemos verificar que, do ponto de vista da autonomia e da independência na leitura de partituras, a aprendizagem da Musicografia Braille, é um aspeto essencial na aprendizagem musical do aluno cego, terminando com a dependência exclusiva da memória ou da ajuda de outras pessoas.
É também necessário que as políticas educacionais promovam um melhor aproveitamento do código Braille em todos os segmentos da sociedade, facultando aos professores de música formação sobre Musicografia Braille para que estes disponham de conhecimentos suficientes para ensinar de forma eficaz os seus alunos, elevando a qualidade da educação musical.
O potencial humano e artístico não se resumem apenas ao que nossos olhos captam ou informações emanadas de diagnósticos médicos. Como vimos, o cérebro é capaz de se adaptar, tornando a atividade adaptativa presente na natureza humana numa vantagem das pessoas portadoras de deficiência. No entanto, apesar da plasticidade cortical potenciar o desenvolvimento dos sentidos remanescentes (nomeadamente o auditivo) nas crianças cegas, não significa uma maior aptidão musical por parte destas em relação às crianças normovisuais.
Torna-se evidente a dificuldade de desenvolvimento de metodologias eficazes no que se refere à educação musical dos alunos cegos ou à sua inclusão nos cursos de música, pois ainda são muitos aqueles que acreditam que a música para este grupo educacional só tem utilidade e função como terapia ocupacional ou reabilitação. Percebe-se desta forma a importância da música para o cego como um processo pedagógico, e não exclusivamente com objetivos reabilitacionais ou terapêuticos.
Notámos que as ferramentas tecnológicas desenvolvidas especificamente para a transcrição e digitalização de partituras, ainda não dispõem de aplicativos que preencham todas as necessidades dos utilizadores invisuais.
Este tipo de software foi, na sua maioria, criado recentemente e ainda necessita de algum aperfeiçoamento. Nesse sentido, seria adequada a existência de troca de informações entre os utilizadores e os programadores desse software para encontrar soluções que visem a melhoria dos programas. Sem dúvida, a tecnologia para a pessoa cega é uma total revolução, não só na melhoria dos processos necessários à sua vida quotidiana, mas como uma ajuda essencial nos métodos e práticas educativas de professores e alunos.
Todavia, o resultado musical do aluno cego não depende somente dos recursos tecnológicos disponíveis ou de algumas adaptações didáticas, mas também de diversos outros fatores: do empenho e da eficácia do professor, da qualidade e competência do sistema educativo. Assim, a educação musical e instrumental deverá ser repensada para que alunos cegos e normovisuais usufruam da mesma maneira de ensinar e com a mesma qualidade.
Infere-se dos resultados deste trabalho que são raros os professores de música beneficiados por informações pertinentes relativas às pessoas com deficiência durante o seu processo de formação e especialização académica. A ausência de disciplinas desta área específica nos cursos superiores de música, cujo conteúdo implicaria uma boa preparação de profissionais, traduz-se num ensino pouco eficaz junto dos alunos com deficiência visual ou outra.
Verificou-se também que a relação professor/aluno é um fator determinante em todo o processo pedagógico, tornando-se um elemento essencial para a superação dos obstáculos. O estabelecimento de uma relação pedagógica e afetiva entre ambas as partes contribui para que, juntos, procurem meios, alternativas e recursos para alcançar uma formação musical qualificada.
Pretendeu-se mostrar importantes aspetos do ensino do violino para alunos cegos, tentando contribuir para a compreensão das diferenças da prática educativa do professor, quando tem um aluno com necessidades diferenciadas causadas pela ausência total da visão.
Sublinha-se a potencialidade do aluno cego em desenvolver as suas habilidades musicais, mais especificamente na aprendizagem do violino, desde que exista um material adequado para a sua aprendizagem (partituras em Braille) e uma preocupação docente relativa ao ensino da técnica violinística e os movimentos nela utilizados. Movimentos que não poderão ser aprendidos visualmente e que dependerão do esforço e empenho do professor para encontrar estratégias alternativas e dinâmicas por forma a estimular a perceção do próprio corpo do aluno e das suas sensações ao tocar violino.
Consideramos ser fundamental que a aprendizagem teórica e prática aconteça ao mesmo tempo e de forma integrada. É por isso importante que o professor tenha algum conhecimento sobre o funcionamento da Musicografia Braille para conseguir comunicar adequadamente com seu aluno e seja capaz de criar uma metodologia de ensino, cuja planificação e desenvolvimento contemple as diferenças entre a notação em tinta e em Braille, especialmente na iniciação musical do aluno. Acreditamos que, proporcionando-lhes segurança, acreditando e educando por objetivos, este grupo educacional vai responder dentro das suas possibilidades, de forma criativa e espontânea, como se espera de qualquer criança.
Sabendo que todos os estudos que envolvem o conhecimento do ser humano nunca se podem considerar finalizados, temos, por isso, a esperança de que este modesto contributo, possa de alguma forma, motivar a realização de outros estudos que possibilitem, quer pela continuidade, quer pela inovação, um conhecimento mais profundo deste fascinante tema.
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